24 de nov. de 2007

Coerção Social


Fiquei muito orgulhosa quando ouvi minha mãe responder a uma indagação de uma vizinha sobre a minha vida amoroso-sexual: "Ela é diferente. Não quer casar." Devo ter repetido isso tantas vezes que ela passou a reproduzir o discurso. O melhor é que falava isso com soberba, ou seja, consegui mudar a cultura de uma senhora de quase 60 anos, que casou virgem e teve um único homem na vida, o meu pai. Sou uma RP nata.

Superada a família achei que não teria mais problemas. Ainda mais nos tempos de hoje que temos a Samantha Jones (minha ídola). Por que todo mundo tem que casar e ter filhos? Será que os 6,6 bilhões de pessoas não conseguem perpetuar a espécie sem minha ajuda? Por que eu deveria contribuir com mais um ser consumindo os recursos da terra, só para me proteger da "solidão" ou para ser mais um clichê?

Mas a sociedade não perdoa e de qualquer forma, não é minha intenção ser diferente. Só não quero é ter que ser igual só agradar os outros. Para resolver essa questão decidi que em algum momento da minha vida terei que me divorciar, mudar meu estado civil de "solteira" para "divorciada" sem passar pelo "casada". Não quero que daqui a dez anos, quando estiver com 30 (a minha matemática com a idade também funciona diferente) alguém olhe para mim e pergunte: Por que você não se casou? ou pior, comente nas minhas costas: No fundo ela não é feliz. Perdi a conta de quantas vezes já ouvi este tipo de comentário sobre mulheres solteiras ou de quantas vezes já vi esse clichê na TV. Mulher feliz é mulher casada. Bulshit!

Mas eu sou jovem. Vou demorar para passar por essa situação. Mentira! Outro dia, ouvi, de um amigo sensível e moderno, sobre minhas aventuras amorosas "escuta, você não vai mais namorar não?". Porra, namorei por oito longos anos. Será que não posso me dar o direito de ficar sozinha uma vez na vida? Não to enganando ninguém.

Et vive la liberté!

Um comentário:

Anônimo disse...

concordo plenamente u.u